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Terra, Teto e Trabalho: migração e o direito humano à vida

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No 'Dia Internacional dos Migrantes', conheça a história da Charlie Marian e sua luta pelo direito a uma vida digna

Publicação: 18/12/2020


O fluxo migratório de venezuelanos no estado de Santa Catarina, sul do Brasil, ganhou um expoente crescimento a partir de 2018. Projetos de interiorização coordenados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e parceiros, facilitaram a ajuda para migrantes e refugiados que se encontravam na região norte brasileira, em sua maioria no estado de Roraima.

A crise política e econômica na Venezuela impulsionou para que grande parte população abandonassem suas raízes culturais na busca de uma melhor qualidade de vida. Charlie Marian Thielen Balza, 39 anos, hoje moradora de Florianópolis (SC), foi uma dessas pessoas. Mãe, com curso técnico superior em publicidade, Charlie morava no estado de Bolívar e trabalhava como operadora de caixa em uma mercearia. A falta de comida e do básico para subsistência fez com que ela vendesse todos os seus móveis, e junto com o filho, mãe e uma tia, começassem a dura jornada rumo a cidade de Pacaraima (RR).

“Eu já tinha uma prima que morava aqui em Florianópolis (SC). Aqui era o nosso destino. Mas demoramos para chegar pois não tínhamos dinheiro para as passagens. De Pacaraima, fomos para Boa Vista, onde ficamos um mês. Na busca de novas oportunidades, conseguimos nos transferir para Manaus (AM), onde moramos um ano e quatro meses e iniciamos um processo junto aos militares brasileiros para reunião familiar”, relata Charlie. 

Em 2019, a migrante e sua família conseguiram chegar em território catarinense onde enfrentou dificuldade na busca de emprego. Começou trabalhando na informalidade como diarista, mas devido a pandemia do Covid-19, perdeu a fonte de renda. Por três meses foram auxiliados com o programa de transferência de renda do Europana, projeto financiado pela União Europeia, que permitiu a reorganização familiar com o pagamento de despesas como aluguel e alimentação. 

Atualmente Charlie está empregada de forma regularizada, o filho está matriculado na escola e a mãe participa de um projeto de formação profissional para migrantes que desejam se tornar microempreendedores. Mora de aluguel e seu grande sonho é a conquista de uma casa própria. 

FOTO HISTÓRIA 

FOTO 1 - Charlie Marian Thielen Balza, migrante venezuelana, mora em Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, com o filho e sua mãe em uma casa alugada. 

Trabalha de forma regularizada como auxiliar de serviços gerais.  Acorda cedo todo dia para conquistar o salário que atualmente é o único rendimento da família.


FOTO 2 - Charlie Marian Thielen Balza trabalha na casa de uma família onde desenvolve diversos serviços como a limpeza do ambiente e serviços de cozinha.

Enquanto Charlie está no trabalho, o filho realiza atividades da escola em casa, por conta da pandemia, acompanhado da avó.


FOTO 3 – Com a pandemia do Covid-19 e os altos números do desemprego, em Florianópolis, Charlie Marian, entre atividades formais e informais, sempre trabalhou na área de serviços gerais.

Em Manaus, ela conseguiu um emprego provisório de operadora de caixa, mesma atividade que ela desenvolvia na Venezuela. 


FOTO 4 –  Luiza Bethaida Balza Salinas, mãe de Charlie está participando de um projeto que tem o intuito de ajudar migrantes com o desejo de empreender.

Ela recebeu a doação de uma máquina de costura e já está produzindo máscaras de tecido, laços para o cabelo e bolsas de crochê.


FOTO 5 – Mesmo com a finalização do programa de transferência de renda, a equipe do Europana continua acompanhado de perto a reestruturação da família de Charlie Marian. 

A equipe do programa Europana é um grande apoio para migrantes em situação de vulnerabilidade social, agravada pela pandemia, na região da Grande Florianópolis.


Texto e Fotos: Franklin Machado, Assessoria de Comunicação da Cáritas Brasileira Regional Santa Catarina.


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